sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vento.

Certo dia,

Veio um vento forte e derrubou
as barreiras mais encouraçadas.
Uivou notas polifônicas por entre
as frestas das portas semiabertas.
Derrubou os castelos de cartas
E soprou a poeira para longe.
Abriu as janelas, e o sol,
que outrora pintava o chão
como mínimos feixes, tomou o lugar.

Vento vindo dos confins do mundo,
possuia caráter próprio.
Ocupava-se de romper, simplesmente;
de ultrapassar a epiderme e a carne.

Balançou a cabeleira
Preencheu os pulmões
Arrepiou os pêlos da nuca;
do braço;
do púbis;
Tirou os ciscos dos olhos
Arrancou a alma do corpo

Deixou apenas o cheiro de lavanda.

Eder de A. Benevides

2 comentários: