quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Eu grito a saudade daquela reverberação passada
Com a nostalgia de um bebum arrependido
Que, com o rancor, amor e licor, brada.
Brada a falta daqueles olhares polifônicos
Que dizem o dizer da vontade arguta,
Da alma guerreira
Da amazona invencível que luta.
Na verdade, tenho saudade de um mosaico abstrato,
Pois o que havia de melhor era a inverdade do fato.
Eu grito porque o que construí de real me foi tomado
Por uma figura que circunda a minha própria sombra.
Tive o coração usurpado;
Usurpado pela a antiga felicidade,
Mal que na atual tromba.
Aqueles afagos hipotéticos foram bons enquanto duraram,
Eram minha realidade em sua própria essência.
As fantasias da fumaça de seu cigarro lúgubre se foram;
Tornaram-se heresia.
E em minha religião não se pronunciam certas letras
Com certas “ênfases”
Com certas ilusões.
Mas ainda se faz alusão a certos cometas,
Que passaram por minha vida e por todo o meu alfabeto.
Rasgaram a minha sintática e me despiram o afeto.
O afeto Feminino,
Masculino,
Afeto sem gênero, mas com número e grau.
A saudade daquele olhar genuíno,
Daquela mentira tão franca que, mesmo na pior das hipóteses,
Nunca me fez mal.


Eder de A. Benevides