segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Viajante.

A cada visão do horizonte o seu existir era palpitação
Reverberava feliz, pleno de uma intensa luz própria
Sua estrela vibrava num universo em expansão.
Cada átomo
Cada partícula
Incrementava a completude do que era
E do que, por sua jornada, viria a ser.
Corria pelo mundo por estradas e entre moinhos
Junto ao ímpeto, guiado por peculiar forma de prazer.
Não ligava se estava acompanhado ou sozinho,
Pois inefável a liberdade dos cabelos ao vento.
A verdade é que nunca esteve realmente só.
Sempre havia uma alma num determinado momento
Em plena sintonia
Em similar vibração
A percorrer o canion dos espíritos inquietos.
Percebeu, assim, que existir não é arte em vão.
É necessário mergulhar e ganhar as águas profundas
Sair da superfície donde almas apáticas são oriundas.
Tocou um rosto
Correu por ruas
Dominou idiomas
Viu suas fantasias nuas
Sem pudor
Sem ninguém se opor.
Emocionou-se
Com o artista
Dominador da verdade do sorriso.
E desejou, com todo querer, que ele sempre exista,
Como mais que um aviso,
Nos seus sonhos e caminhos mais vertiginosos.
Mais lúgubres.
Para que nas noites e nas tempestades apavorantes
Aquele sorriso seja um lampejo de alegria
Pacto dos que da vida e do mundo são amantes.
Acima dum raio que por um segundo faz dia,
Que corta o céu e o acende momentaneamente,
Queria que fosse luz perene.
Vinda dos cosmos, da sua estrela incandescente.

Eder de A. Benevides