quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando eu morrer....

Serei, no fim de tudo, morto e poeta.
Guardarei o amor que sempre tive por meta
No convite da derradeira despedida
Na essência de minha pretérita e extinta vida.

Não erguerei lápide com epitáfio irreverente
Erguerei o monumento de minha paixão
Que mentiu e no além ainda mente;
Que foi como os ébrios vivos são:
Verdadeiros, mentirosos e inconseqüentes.

[Mentir é amar com toda intensidade
É dizer que o que sente é deveras maior
É tornar todo um universo cósmica verdade.]

Deixarei um legado de rabiscos sem assinatura
Para que, numa clareira lunar, poeta alma os encontre
E os transforme em mentiras/verdades com nova moldura.
No mais, não me aflige a idéia de morrer.
Porque, após o réquiem da minha madrugada,
Vou para longe.
Buscar onde o lirismo tange
Para poder, em outros corações, fazer nova alvorada.


Eder de A. Benevides

Um comentário:

  1. Olá Eder,
    Não sei se escolho sua prosa ou poesia.
    Fico com as duas.
    Abraços com luz.

    ResponderExcluir