quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pronto

Queria há muito tempo lhe dizer
Que de você sou bem diferente
Que o mundo gira distinto
Para o que eu sinto
E para o que você sente.
Sabe, caí na real
Você nunca foi tão insensível
Apesar de eu nunca ter me sentido;
Sido tão invisível.
Tudo se trata de ímpeto
Diferença de tino.
Você sempre se fez de princesa indiferente
Enquanto eu era o príncipe eloqüente
Apaixonado por uma princesa inexistente.
Eu me apegava ao verbo
E você às conjunções adversativas
Vexada por vontades furtivas.
Sempre fui mais Freddie Mercury
E você uma espécie de Morrisey.
Teve uma hora em que me cansei
Desse seu caráter difuso
Dessa sua vontade mascarada.
A joguei da escada
De um patamar de admiração
Para frieza sólida do chão.
Esses seus olhinhos claros
Não permeiam mais a pele da minha vontade,
Apenas me lembram
Que um dia gostei de alguém
Que foi uma sombra da minha realidade.

Eder de A. Benevides

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. PUTZ!
    cara, MUITO BOM MESMO.
    bom ter seu lirismo de volta.

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  3. Querido poeta-amigo!

    Um tanto envolvente essas suas entrelinhas descritivas e um tanto sensitivas...
    Adorei as rimas ricas e o dualismo desse "amor" entre dois diferentes... Na verdade acho que o plano de fundo desse poema poderia ser um Tango daqueles em que o casal segue a sonora dança se enfretando numa luta amorosa de "bem me quer, mal me quer" e ao final homem e mulher finalizam a canção de lados opostos: ela com a rosa na mão e ele com o coração no chão! rs.

    Um beijo enorme!!

    PS.: É sempre revigorante poder desfrutar do sabor dessas fantasiosas entrelinhas! Amo você, querido amigo-poeta! :)

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