Queria há muito tempo lhe dizer
Que de você sou bem diferente
Que o mundo gira distinto
Para o que eu sinto
E para o que você sente.
Sabe, caí na real
Você nunca foi tão insensível
Apesar de eu nunca ter me sentido;
Sido tão invisível.
Tudo se trata de ímpeto
Diferença de tino.
Você sempre se fez de princesa indiferente
Enquanto eu era o príncipe eloqüente
Apaixonado por uma princesa inexistente.
Eu me apegava ao verbo
E você às conjunções adversativas
Vexada por vontades furtivas.
Sempre fui mais Freddie Mercury
E você uma espécie de Morrisey.
Teve uma hora em que me cansei
Desse seu caráter difuso
Dessa sua vontade mascarada.
A joguei da escada
De um patamar de admiração
Para frieza sólida do chão.
Esses seus olhinhos claros
Não permeiam mais a pele da minha vontade,
Apenas me lembram
Que um dia gostei de alguém
Que foi uma sombra da minha realidade.
Eder de A. Benevides
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmeu amigo romântico revoltado...
ResponderExcluirPUTZ!
ResponderExcluircara, MUITO BOM MESMO.
bom ter seu lirismo de volta.
Querido poeta-amigo!
ResponderExcluirUm tanto envolvente essas suas entrelinhas descritivas e um tanto sensitivas...
Adorei as rimas ricas e o dualismo desse "amor" entre dois diferentes... Na verdade acho que o plano de fundo desse poema poderia ser um Tango daqueles em que o casal segue a sonora dança se enfretando numa luta amorosa de "bem me quer, mal me quer" e ao final homem e mulher finalizam a canção de lados opostos: ela com a rosa na mão e ele com o coração no chão! rs.
Um beijo enorme!!
PS.: É sempre revigorante poder desfrutar do sabor dessas fantasiosas entrelinhas! Amo você, querido amigo-poeta! :)