terça-feira, 30 de março de 2010

Carente


Tenho mais carências do que tristezas.
Penso sempre no toque daqueles afagos
Proeminentes do belo de suas proezas
Que, irrefutáveis como hão de ser,
Destroem irremediavelmente a minha razão.
(Como hão de ser?)
(Serão?)
Quero o calor de suas afáveis mãos
Sem a banalidade desses carinhos vãos
Que recebemos de prosaicos sorrisos fúteis.
Quero sorrir.
Ir para o universo de seus braços.
(Alegrias inúteis?)
Sorrir.
Na infinitude incerta desse nosso espaço.
(Nosso?)
Não seriam minhas carências que criam,
Com a plenitude de meus devaneios,
Toques tão doces?
(Fragmentação de meus anseios?)
Desfragmento-me
Penso de novo no horizonte de seu calor.
Nas mundanças hipótéticas e desconsoladas
Que o seu corpo causa em meu humor.
Crio um liame entre a verdade e meus desejos.
Demasio iludido a minha vontade
Que de tão carente
Resulta apenas no esvanecimento;
Ébrio fim da realidade.


Eder de A. Benevides

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