quinta-feira, 17 de março de 2011

Marginal

No pub estrelado de paredes negras
O prazer postergado espera à mesa.
Olhos de mármore lapidados
Fitam e já comem a presa.

Camisa amassada
Cabelos desarrumados
Boca vermelha
Duelo de espada.

Reações químicas incessantes;
Amantes incessantes
E composturas defasadas
Naquele breu úmido;
No suor afoito
Solvente do coito.
As respiraçôes são de quem
De quem, de quem??
Já não são nossas
São das vontades ambiciosas
De possuir o ventre alheio
De ficar de joelhos.
De chupar,
De gozar,
De encontrar a língua rubra
Molhada de saliva
Investida de vontade viva
Que não quer que a razão a descubra.
Quer-se trepar ali.
No canto do breu adimensional
Onde não há como ver,
Nem ouvir
Só se discute
A metafísica do prazer:
Ato de amor marginal.


Eder de A. Benevides

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