Eu não me atrevo a me recordar
Do ar quente e do toque molhado
De tua boca brilhante e rubra.
Do gosto da tua saliva
Que inebria meus instintos;
Que enlouquece o meu tino.
Eu não me atrevo a reviver
Os longos e ofegantes instantes
Junto da tua pele macia;
Do teu ímpeto lascivo.
No teu corpo me perco e me encontro.
Acho cada sentido perdido
E logo volto a perdê-los.
Eu não me atrevo a em ti ser são.
Pois tua loucura me seduz,
Me esvazia de todo o juízo
E me sacramenta em tua luxúria.
E no descompasso de cada inspiração
Eu me atrevo e me atrevo mais
Para depois deixar de me atrever.
Nesse jogo de atrevimento
Fico na fronteira, na Linha de Gaza,
Do querer e do desquerer.
Mas basta te encontrar
Basta sentir teu cheiro forte
Que volto a me atrever
Mesmo dizendo que não me atrevo.
Eder de A. Benevides
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